O envelhecimento é o processo pelo qual todos os indivíduos e organismos passam e é caracterizado pela diminuição gradativa das capacidades dos vários sistemas orgânicos em conseguir realizar suas funções de maneira eficaz (Marin et al. 2003). A Organização Mundial de Saúde estima que em 2050 haverão 400 milhões de idosos com mais de 80 anos, acredita-se que até lá existirão mais idosos com mais de 60 anos do que crianças com menos de 5 anos no mundo (WHO, 2012). No Brasil, em pouco mais de meio século, a expectativa de vida aumentou mais de 20 anos segundo dados do IBGE, além de viver mais, os brasileiros estão tendo menos filhos, o que reflete em uma população cada vez mais idosa.

Vários são os fatores que influenciam o envelhecimento; o gênero, metabolismo, genética são fatores inerentes aos indivíduos, porém, outros fatores como sedentarismo, fumo, o álcool são fatores externos que podem ser controlados e contribuir para o aumento da expectativa e qualidade de vida desses idosos.

Os principais problemas que acometem essas pessoas, estão relacionados com a perda da força e da massa muscular (sarcopenia), a perda da densidade mineral óssea (osteoporose), o aumento da pressão arterial, diminuição da capacidade cardiorrespiratória, a diminuição do número e tamanho dos neurônios e velocidade de condução nervosa (neurais) e a perda das qualidades físicas básicas como equilíbrio, agilidade e coordenação que favorecem a perda de autonomia.

A redução da massa muscular pode chegar a 50 % em idosos após os 80 anos e essa perda é mais acentuada nas fibras musculares do tipo II que são as fibras de contração rápida e que produzem mais força e hipertrofia. A perda acentuada desse tipo de fibra deixa os movimentos mais lentos tornando o idoso mais frágil e suscetível a quedas e acidentes (Vandervoort, 2002).

Com o avanço da idade também há uma redução do metabolismo, o que favorece o aumento da gordura corporal, principalmente na região abdominal, essa gordura visceral aumenta o risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão.

Atividade Física e Terceira Idade

O exercício físico bem orientado pode proporcionar inúmeros benefícios para os idosos como:

• Aumento e/ou manutenção da massa muscular, o que influencia diretamente no aumento da força e resistência muscular;
• Aumento e/ou manutenção da massa óssea, melhora a estabilidade postural reduzindo o risco de fraturas decorrentes de quedas;
• Aumento da taxa metabólica, acelera o metabolismo e combate a obesidade;
• Combate a Diabetes Mellitus, uma vez que, aumenta a sensibilidade dos receptores de insulina;
• Melhora da circulação sanguínea, auxiliando no retorno venoso:
• Melhora da capacidade cardiorrespiratória;
• Redução da pressão arterial;
• Aumento do HDL (colesterol bom);
• Redução dos Triglicerídeos;
• Combate a Depressão.

Estudo realizado em um grupo de idosos entre 72 e 98 anos, obteve 94 % de aderência a um programa de 10 semanas de treinamento de resistência progressiva. A força muscular local aumentou 113 % no grupo muscular exercitado. Além disso, foi observado ganhos na velocidade de caminhada (11,8 %) e na capacidade de subir escadas (18,4 %) (Simão, 2004).